PRECE
Dirijo-me a vós, meu Deus,
Porque só vós dais
O que não se obtém senão de vós
Dai-me, meu Deus, o que vos resta
Dai-me o que os outros não vos pedem
Eu não vos peço riqueza
Nem o sucesso, nem mesmo a saúde
Tudo isso, meu Deus, vos pedem abundantemente
Que vós não deveis ter mais para dispor
Dai-me, meu Deus, o que vos resta
Dai-me o que outros recusam
Eu quero a insegurança e a inquietude
Eu quero a tormenta e a batalha
E que vós me as deis, meu Deus
Definitivamente
Que eu tenha a certeza de as ter sempre
Porque não ouso ter sempre a coragem
De vo-las pedir.
Dai-me, meu Deus, o que vos resta
Dai-me o que os outros não querem
Mas dai-me também a coragem
E a força, e a fé
Porque só vós dais
O que não se obtém senão de vós.
Autor Desconhecido
(Poema escolhido e traduzido por Fernando Manuel Ramos)